Contribui com o artigo da Dom Bosco Interativo, com a Vanessa Cagliari – para esclarecer mais detalhes sobre a Psicomotricidade. Confira abaixo e continue a leitura:
A prática de exercícios físicos na infância é fundamental na melhoria dos aspectos gerais da saúde, bem como os aspectos motores e fisiológicos. Pular, correr, brincar, seja através de jogos ou exercícios elaborados, a psicomotricidade é um trabalho que contribui significativamente para o desenvolvimento de uma criança.
Mas o que é psicomotricidade?
É uma ciência que tem o homem como objeto de estudo e, através do seu corpo em movimento, trabalha a relação do homem com seus movimentos em relação ao seu mundo exterior e interior. “A psicomotricidade não visa à patologia e sim as possibilidades desta criança, então através das possibilidades não temos como saber aonde iremos chegar com ela. Sabemos, sim, que vai melhorando e podendo dar a essas crianças possibilidades de lidar melhor consigo e com os outros, principalmente com suas dificuldades”, afirma Leila Manso Ponce Leon psicomotricista sócia titular da Associação Brasileira de Psicomotricidade e fonoaudióloga.
Educadores, psicólogos e médicos defendem que as técnicas que favorecem o desenvolvimento psicomotor devem ser realizadas durante os cinco primeiros anos de vida da criança, uma vez que esse é o período mais importante para aquisições significativas a nível físico, emocional e intelectual, segundo a Associação Brasileira de Psicomotricidade – ABP.
O desenvolvimento psicomotor faz parte do indivíduo, destaca Marília Betencourt, pedagoga, psicopedagoga, psicomotricista e sócia-titular da ABP. Para a profissional quanto mais habilidades motoras o indivíduo vai adquirindo, mais o seu desenvolvimento evolui de forma globalizada, passando pelo esquema corporal, a imagem corporal, a lateralidade, a estruturação espacial, a orientação temporal e o ritmo, o que certamente contribuirá, também, para o seu desenvolvimento cognitivo. “A psicomotricidade beneficia o desenvolvimento infantil de forma globalizada, porque não atua no sintoma do indivíduo e sim no indivíduo que tem sintoma. Beneficia na educação, na clínica, resolvendo questões de atrasos, questões da subjetividade, questões de deficiência motora, neurológica, etc.”, destaca.
Para isso, é essencial que as técnicas desenvolvidas pela psicomotricidade sejam lecionadas por um especialista psicomotricista, pois ele detém todos os conhecimentos necessários para a aplicação das atividades de maneira correta. “Analisamos a relação da criança consigo mesmo, com os outros, com o espaço e com os objetos. O psicomotricista observa, participa e decodifica. Isto lhe permite compreender a problemática de cada um e definir estratégias relacionais que ela emprega para enfrentar ou desviar dos conflitos, dificuldades e necessidades”, relata Leila Manso Ponce Leon.
A especialista, que já atuou em pré-escola, se formou em fonoaudiologia e psicomotricidade relacional e trabalhou no Centro de Educação Especial Casarão, onde eram atendidas crianças autistas e psicóticas. “Minha primeira formação foi como professora no Colégio Anglo Americano. Amei trabalhar com a pré-escola e fui fazer fonoaudiologia no IBMR, ao mesmo tempo trabalhei em uma escola especial, Henri Wallom, onde tinham diversas patologias”, conta.
A psicomotricidade é essencial, pois desenvolve o intelecto, o afeto e os movimentos, afirma Denise Mineiro, psicomotricista, pedagoga e psicopedagoga. Com mais de 44 anos de experiência na área da educação, a especialista se interessou pela metodologia quando atuava como pedagoga em escolas e percebeu que seu filho tinha dificuldade em desenvolver a escrita manual. “Decidi fazer um curso fora do país, pois queria entender o que motivava uma criança a desenvolver habilidades”, conta.
Segundo a especialista, que trabalha com crianças com problemas cerebrais, o trabalho do psicomotricista é fundamental, pois ele realiza avaliações de prevenção e reeducação de maneira correta, além de propor exercícios de equilíbrio com membros inferiores e superiores, atividades com encaixe e com água envolvendo o lúdico. “Através dessas atividades, a criança desenvolve o seu lado intelectual, afetivo e, também, os seus movimentos”, disse Denise.
Para Marília Betencourt não foi fácil começar a carreira de psicomotricista porque, em 1976, quando escutou pela primeira vez o termo psicomotricidade, não havia graduação e nem tantas especializações e formações como existe hoje em dia. “Foi dando aulas particulares que descobri que havia crianças que não conseguiam aprender, e, a partir daí, descobri a psicopedagogia. Em 1992 me especializei em Psicopedagogia Clínica, apresentando uma monografia que teve como fio condutor o Esquema Corporal. Já estava impregnada de psicomotricidade”, conta a psicomotricista.
Segundo a especialista, apesar da psicomotricidade já estar fazendo parte das atividades oferecidas nas escolas, ainda existe um longo caminho para ela seja inserida em toda a rede de ensino. “Eu acho que já existem muitas escolas com o olhar e a prática da psicomotricidade dentro de seus estabelecimentos, mas, ainda está longe de atingir toda rede de ensino do Brasil. Psicomotricidade é uma ciência que já está no Brasil há mais de 50 anos, e, em vários países já existe o reconhecimento de longa data”, conclui Marília.
Fonte: Dom Bosco Interativo