Conceituar o papel de cada uma destas instituições importantes da sociedade, família e escola, eu diria que é quase impossível. Tornaram-se hoje grandes fontes de problemas. A família perdeu seu núcleo pai-mãe-filho, tornando-se um amontoado de pessoas vivendo sob o mesmo teto ou até em tetos diferentes, tentando educar o filho com suas visões de mundo, para assim encaminhá-los à escola.
Por outro lado, a escola inconformada com o que tem recebido das famílias se põe no papel de responsável em educar e ensinar o pedagógico e, em inúmeras vezes, perde seu principal foco: a formação pedagógica desse indivíduo.
A inversão dos papéis da escola e da família junto à sociedade é muito nítida, por exemplo, antes de um processo alfabetizador, a escola precisa integrar esse aluno, advindo de uma família que o criou até então como centro do universo. Essa não deveria ser apenas responsabilidade da escola, devendo ter sido trabalhada pela família.
Perde-se muito tempo dando possibilidade para que essa criança entenda que precisa se colocar no lugar do outro, que respeite seus colegas como deseja ser respeitado, tarefa simples que deveria ter sido feita pela família. O papel educador é responsabilidade da família, para que o papel pedagógico possa ser exercido pela escola com boa qualidade.
O caminho e a parceria entre família e escola é fundamental. Ambas precisam se acolher, se entender e se ajudar para o bem comum desse indivíduo, preparado como pessoa para viver em sociedade. Porém, sempre cabe à família educar e estar alerta, pois o contrato com a escola pode ser rescindido, mas o contrato de pai, mãe e filho é para a vida toda. Portanto, é muito importante exercer os papéis com sabedoria e responsabilidade de todos.
Por Esther Cristina Pereira, Diretora de Ensino Fundamental do Sinepe/PR (Sindicato das Escolas Particulares do Paraná)
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