As férias já acabaram para milhares de crianças e adolescentes. Muitos deles costumam (assim como alguns adultos) ficar mal-humorados, apáticos ou irritáveis. Afinal, terão que trocar liberdade, lazer e diversão por aulas, horários rígidos e obrigações. Importante os pais terem em conta que é preciso ajudar os filhos a retomar a rotina de estudo e, como qualquer outro hábito, este não se forma nem se modifica de uma hora para a outra.
Um dos trabalhos científicos mais recentes sobre o assunto, realizado por Jane Wardle e publicado no European Journal of Social Psycology, sugere que são necessários em torno de 66 dias para incorporar um hábito à rotina.
Sem entrar no mérito do tempo, que inclusive pode variar de acordo com a motivação e a história pessoal, de qualquer forma vale utilizar os conhecimentos da neuropsicologia, área que ajuda a entender as relações entre o cérebro e o comportamento humano.
Segundo as teorias contemporâneas, o cérebro é plástico, podendo ser moldado, “educado” por meio da prática e das repetições. Um exemplo é a reeducação alimentar, pela qual a dieta tão sofrida das primeiras semanas acaba sendo incorporada de forma natural e até prazerosa.
O mesmo ocorre com a leitura e o estudo. Se eles entrarem no dia a dia com certa disciplina e método, acabam se tornando tão essenciais como escovar os dentes ou lavar as mãos.
Levando isso em conta, o final das férias escolares é o momento ideal para incentivar as crianças e adolescentes a voltar progressivamente para a dinâmica própria do ano letivo. Como fazer isso? Seguem algumas ideias:
- Retomar, aos poucos, os horários habituais de dormir e acordar.
- Incentivar a leitura de livros, para “reaquecer” a mente.
- Falar da volta às aulas de forma positiva, destacando que é momento de rever amigos e aprender coisas novas – em vez de algo traumático.
- Não forçar o estudante a rever matérias do ano passado: os professores farão isso e antecipar-se pode gerar rejeição.
- Planejar a agenda dosando estudo e lazer, pois tanto na escola como ao longo da vida, essas dimensões podem conviver de forma equilibrada.
Fonte: Portal G1, por Andrea Ramal