Aproximar crianças e adolescentes de grupos de diferentes classes sociais, etnias e opções sexuais é uma das maneiras de diminuir preconceitos. A ação prepara as crianças para um mundo mais aberto, em que entender diferenças facilita a comunicação e o trabalho em equipe.
“Aqui a educação vai além dos muros. Queremos que a realidade seja mostrada pela experiência”, diz o professor e coordenador do ensino médio Paulo Felipe. É o que experimentou Lia Spadini da Silva, do 2º ano do ensino médio. Aos 14 anos em vez de passar as tardes de sexta-feira no shopping com as amigas, ela entrava na favela Americanópolis para ajudar a cuidar das 80 crianças da creche São Judas. Você entra em um lugar diferente daquele a que está acostumada”, afirma. A pintura simples e as paredes enfeitadas com desenhos chamaram a atenção de Lia, habituada às paredes brancas de sua casa. A estudante diz que aprendeu a valorizar as coisas simples de seu cotidiano ao observar o cuidado com que as crianças lidavam com seus brinquedos. “A gente sabe que existe essa outra realidade, mas a sensação é diferente quando você está olhando nos olhos da criança e ela diz que seu pai foi morto ou está preso”, afirma. “Aquelas crianças foram os maiores professores que eu poderia ter.”