Processo de aprender

O aprendizado resulta na mudança de um comportamento através da experiência e exige como pré-requisitos, a aquisição de conhecimentos e capacidade de armazená-los. Ele leva em conta a codificação e a recuperação das informações.

Não restam dúvidas de que o processo da aprendizagem se processa no Sistema Nervoso Central (SNC), que é uma estrutura complexa.

Ainda no sistema embrionário, inicia-se uma cadeia de processos que levam à diferenciação e especializações das células. A partir de certo estágio de desenvolvimento, o fator ambiental aumenta sua importância na maturação do Sistema Nervoso. A experiência e o aprendizado desempenham um papel fundamental para a integração das regiões celulares e podem promover alterações estruturais celulares. Alimentar as células com informações e atividades eleva a capacidade de fazer conexões entre as células nervosas, aumentando a agilidade mental, e, portanto, a capacidade de aprender.

O processo de aprender, segundo Luiza Elena¹ pode ser de dois modos:

⇒ Informal – aprendemos, simplesmente vivendo, experimentando do nosso jeito, ou com o estiver ao nosso alcance naturalmente.

⇒ Formal – é quando se aprende utilizando experiências sistematizadas. Nesse caso, a aprendizagem ocorre a partir de um projeto pedagógico padronizado, dirigido pelo professor que dosa conteúdos e elabora procedimentos norteados pelas reações do grupo, por meio de avaliações. É um aprender objetivo, que também pode ser obtido através dos livros. Daí, a responsabilidade da formação dos professores para poderem eleger critérios adequados para selecionar conteúdos pertinentes à faixa em que estão atuando e elaborar avaliações que mensurem os conhecimentos dos alunos.

⇒ Tutorial – aprendido por recursos artificialmente monitorizados, e um tipo de software que utiliza métodos de Inteligência Artificial(IA) para representar o conhecimento.

São três os fatores que influem no desenvolvimento da capacidade de aprender:

A) a atitude de querer aprender.
É preciso que a escola desenvolva, no aluno, o aprendizado do querer aprender, de modo a motivar para que desta forma ele deseje aprender. Esta vontade ou desejo de aprender, faz com que o aluno desenvolva algumas atitudes tais como; interesse, motivação, atenção, compreensão, participação e expectativa de aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser gente.


B) Outro fator diz respeito às competências e habilidades, no que poderíamos chamar, simplesmente, de desenvolvimento de aptidões cognitivas e procedimentais.

Competências são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e operações que utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer. Já as habilidades decorrem das competências adquiridas e referem-se ao plano imediato do “saber fazer”. Através das ações e operações, as habilidades aperfeiçoam-se e articulam-se, possibilitando nova reorganização das competências.

De maneira geral as escolas ensinam na escolaridade básica, a ler, escrever, contar, mas também a raciocinar, explicar, resumir, observar, comparar, desenhar e dúzias de outras capacidades gerais.

Mas, a escola por vezes, esquece a necessidade que o indivíduo tem de ligar esses recursos a situações da vida, isto é, ao fazermos referência à vida, apresenta-se um lado muito global, mais amplo onde se aprende para se tornar um cidadão, para “se virar” na vida, ter um bom trabalho, cuidar da saúde. Porém, desenvolver com esta transferência é mais trabalhoso, deveremos mobilizar as capacidades e os conhecimentos para algo que é real. É preciso trabalhá-las e treiná-las, e isso exige tempo, etapas didáticas e situações apropriadas, que hoje não existem.

Sabemos que a maioria das escolas enfatizam o processo formal (conteúdo), priorizando o acúmulo de saberes, que por um lado é muito estimulante para os alunos.  Todavia, adotando este processo nem sempre permitem que os alunos aprendam de acordo com seus dons e talentos individuais.

Gardner identificou as inteligências lingüística, lógico-matemática, espacial, musical, sinestésica, interpessoal e intrapessoal. Estas são diferentes linguagens que temos para interferir no mundo. Ele afirma que todos os indivíduos, em princípio, têm a habilidade de questionar e procurar respostas usando todas as inteligências. Todos os indivíduos possuem como parte de sua bagagem genética, certas habilidades básicas em todas as inteligências.

Para ele essas competências intelectuais são relativamente independentes, têm sua origem e limites genéticos próprios e substratos neuroanatômicos específicos e dispõem de processos cognitivos próprios.

Cada uma dessas habilidades, podem e devem ser desenvolvidas no âmbito escolar ou extra-escolar.

A habilidade verbal, mesmo na pré-escola, ao invés de ser medida através de testes de vocabulário, definições ou semelhanças, deve ser avaliada em manifestações tais como a habilidade para contar histórias ou relatar acontecimentos.

Devemos estimular todas as formas de comunicação do indivíduo A inteligência lingüística, por exemplo, é estimulada quando conversamos com outras pessoas.

Gardner coloca que todo tema pode ser estudado de seis ou sete maneiras, as quais poderemos definir como diferentes linguagens. Tomando como exemplo, histórias, números, trabalhos de arte, projetos de grupo, experiências práticas e outros recursos, desta forma estaremos favorecendo as diversidades das crianças na sala de aula.

Bernardo Toro² coloca que para que os alunos possam ter um bom desempenho escolar algumas competências tem que ser trabalhadas e ele elege:

  • Domínio da leitura e escrita são essenciais para do desenvolvimento social de qualquer individuo.
  • Capacidade de fazer cálculos – é importante para poder solucionar problemas.
  • Capacidade de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações – o analisar e saber colocar seus pontos de vista é muito importante em todos os setores de nossa vida, agindo como um cidadão moderno, consciente de suas ações.
  • Capacidade de compreender e atuar – E importante que o aluno possa atuar enquanto cidadão, com postura de um ser pensante.
  • Receber criticamente os diferentes meios de comunicação – conhecer e saber usufruir as diferentes fontes através das quais recebe informações.
  • Capacidade de usar das informações acumuladas em seu proveito
  • Capacidade de planejar, trabalhar e decidir em grupos – é muito importante que os alunos consigam ter esta vivência grupal, desenvolvendo o aspecto social do saber.

   

C) O último fator refere-se à aprendizagem de conhecimentos ou conteúdos.
Para tanto, a construção de um currículo escolar, com disciplinas atualizadas e bem planificadas, é fundamental.

O ato de aprender tem relação como o ato de ensinar. Ensinar de forma inteligente e prazerosa e dando estímulo ao aluno e desafio para o professor, Com esta atitude fará com que os alunos fixem e possam fazer uso do conteúdo transferindo-os a qualquer momento de sua vida. Muitos professores têm muitos conhecimentos, mas poucos ensinam a aprender os variados conteúdos.  Ensinar a aprender é ensinar estratégias de aprendizagem.

É muito importante que os professores estimulem seus alunos tanto nas cópias como nas construções de textos adequando os temas para faixa etária que atua.

O método de pesquisa nos dias atuais permitem o mapeamento do córtex cerebral de acordo com as funções dos neurônios. Cada área do corpo tem uma representação no córtex, ou seja, é possível observar que área do cérebro é ativada ,quando você olha para um objeto (função sensorial), ou quando você fala (função motora).

¹ RIBEIRO do Valle, Luiza Elena- Cérebro e Aprendizagem-Editora TECMED –págs 16 e 17 

² TORO, Jose Bernardo e WERNECK,Nísia Maria- Mobilização Social:Um Modelo de Construir a Democracia e a Participação

Por Denise Mineiro
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