O professor particular

Quando é a hora certa para procurar um professor particular? Para alguns alunos, como Renan Mendes, de 11 anos, a ajuda de um colégio especializado em reforço escolar foi a única solução para passar de ano. Muitas vezes, no entanto, essa força pode virar uma espécie de muleta. “O professor particular só é útil para o aluno que tem alguma dificuldade especifica”, diz Maria Regina Bonilha, psicopedagoga da escola Vésper. “Se o estudante continuar com os mesmo problemas depois do reforço, é preciso procurar um profissional de outra área, como um psicólogo, por exemplo, para ver o que está acontecendo”, explica a especialista. Na opinião dela, a aula particular deve ensinar o aluno a estudar e a organizar-se para compreender as explicações em sala de aula. “Não adianta o professor particular repetir em casa aquilo que o da escola fala em classe: o aluno fica acomodado e dependente”, explica Maria Regina.

Ganhar tempo estudando

1. Preste atenção às aulas na escola. Assim, gastará menos tempo fazendo lições e estudando para as provas.
2. Por mais que você ache chato, fazer exercícios é a melhor forma de aprender. Principalmente nas matérias que tenha dificuldade: isso poupará tempo na hora de estudar para a prova.
3. Um bom treino para ver se aprendeu uma lição é tentar explicá-la a algum adulto.


Quando é hora de pedir ajuda

  1. As notas estão baixas e você não consegue recuperá-las por mais que estude.
  2. Se sentir dificuldades na hora de organizar as lições de casa.
  3. Ter a sensação de estar boiando na aula.
  4. Se mudou de escola e, logo nos primeiros meses, não acompanhou as aulas ou teve problemas para fazer as lições de casa do novo colégio.


Quando o reforço dá certo

Algumas escolas criaram programas de estudo, chamados de recuperação paralela. Em são Paulo, no Colégio Doze de Outubro, por exemplo, o professor dá aulas de recuperação, trabalhando com o aluno por meio de muito exercício. “Raramente encaminhamos nossos alunos para aulas particulares”, diz a professora Redy Leme dos Santos, orientadora educacional da escola.

Mesmo com reforço, em casos especiais, algumas escolas admitem um acompanhamento individual, como aconteceu com Renan Alaberse Mendes, de 11 anos, aluno do Colégio Batista Brasileiro. “Eu não conseguia acompanhar a classe e muito menos estudar: ficava nervoso e tinha até dor de barriga”, diz Renan. “Com a ajuda das aulas particulares, comecei entender melhor as matérias e tenho recebido até elogios da professora”.

O mesmo acontece com Bruno Fonatan Dávila de Moraes, da escola madre Alix. Bruno tinha dificuldade para entender o que era dado em sala de aula e a situação piorava na hora da lição de casa. “Depois do reforço, passei a tirar notas altas e a fazer a lição de casa sozinho”, diz Bruno.


História da aula

A escola que freqüentamos hoje, onde todo mundo estuda junto, é novidade na história da humanidade. Antes só existiam professores particulares. Eram os chamados preceptores, que educavam e passavam todos os conhecimentos aos filhos dos reis e das famílias ricas ou nobres. Na Grécia, no século 5 a. C, o conhecimento era encarado como uma forma de lazer. A palavra escola vem do termo grego scholé (tempo de lazer). Os alunos tinham aulas ao ar livre, sem horário determinado pra acabar.

Por Márcia Molina Fonseca,
Especial para o jornal Estado